domingo, 4 de junho de 2017

Anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade potencialmente grave, mediada por imunoglobulinas E e G, após exposição a antígeno em pessoas previamente sensibilizadas. As manifestações clínicas que provoca são multissitêmicas e inespecíficas, o que dificulta o seu diagnostico, podendo evoluir para colapso cardiovascular e insuficiência respiratória. O choque anafilático é distributivo, com importante componente hipovolêmico. A suspeição clínica imediata é fundamental, pois tem impacto no sucesso do tratamento. Este artigo objetiva rever o tema, ressaltando não apenas os sinais e sintomas clínicos e medicamentos usados, como também correlacionar a fisiopatologia com o tratamento e enfatizar a importância da prevenção adequada de novos episódios, para redução da sua incidência e morbidade.


Anafilaxia imunológica


O primeiro contato com um antígeno estimula linfó- citos B a produzir IgE, com fração FC específica contra esse antígeno. Essas imunoglobulinas se ligam posteriormente a receptores nos basófilos circulantes e mastócitos teciduais. Quando há novos contatos, antígenos circulantes se ligam à porção FC da sua IgE específica. Os antígenos que possuem mais de um sítio de ligação ao anticorpo e que são capazes de se ligar a duas IgEs adjacentes ocasionam mudança na configuração dos receptores, culminando com a sua agregação. Essa agregação estimula a liberação de mediadores pré- -formados, armazenados nos grânulos de mastócitos e basófilos, especialmente, histamina, bradicinina, leucotrienos, prostaglandinas e tromboxano.




Anafilaxia não imunológica

A anafilaxia não imunológica é secundária à degranulação de basófilos e mastócitos que ocorre sem participação de imunoglobulinas e outros complexos imunes. É clinicamente indistinguível da anafilaxia imune. Os principais agentes causadores desse tipo de reação são: contraste radiológico, fatores físicos, aspirina, anti-inflamatórios não esteroides (AINES), dextrano e albumina.

Diagnóstico diferencial.

Várias condições clínicas devem ser consideradas no diagnóstico diferencial do choque anafilático. Destacam-se as outras causas de choque hipovolê- mico, obstrutivo e cardiogênico, além do séptico e outros choques distributivos.1,27 Isquemia miocárdica, arritmia cardíaca, embolia pulmonar, broncoaspiração, exacerbação de DPOC, crises convulsivas, hipoglicemia, acidente vascular encefálico e síncope vasovagal também fazem parte do espectro de diagnósticos diferenciais do choque anafilático. Doenças que cursam com ruborização, como síndrome carcinoide e feocromocitoma, podem ser mais facilmente diferenciadas, sendo caracterizadas, respectivamente, pela ausência de urticária e hipotensão pronunciada; e a tendência a apresentar picos hipertensivos. As crises agudas de angioedema hereditário manifestam-se com angioedema e, se não tratadas prontamente, podem evoluir com obstrução respiratória aguda. É caracterizado por história de episódios de angiodema prévios, sem fator etiológico identificado, e a ausência de prurido e urticária.

MATERIAL COMPLETO PDF em

Rev Med Minas Gerais 2012; 22(2): 174-180

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